Insalubridade por Exposição ao Calor

Considero importante fazer uma breve introdução ao assunto; o termo insalubridade está relacionado a todo tipo de agente físico, químico e biológico presente no ambiente de trabalho com potencial de causar danos à saúde do colaborador exposto; como o objetivo do presente artigo é elucidar o método de análise quantitativa e caracterização da insalubridade nos postos de trabalho com fonte de calor artificiais; considerando que estão excluídas desta análise as fontes naturais como a exposição à radiação solar.

Seguiremos para definição de fontes artificiais de calor: fornos (padaria, pizzaria), fogão industrial, processo de soldagem, goivagem, trabalho com maçarico, trabalho em auto-forno (usina de aço), fábrica de Vidro, calandra de lavanderia, casa de máquinas e motores, etc. Desta forma é possível reconhecer em quais setores devemos avaliar a exposição dos trabalhadores, a fim de realizar a avaliação quantitativa dos riscos e proceder com a elaboração do laudo de insalubridade;

O primeiro passo é realizar o reconhecimento do risco, por meio de APR-HO (Analise Preliminar de Riscos – Higiene Ocupacional), para poder identificar a freqüência e tempo de exposição e as medidas de controle existentes; concluída esta etapa, devemos seguir para o tipo de equipamento adequado para o monitoramento.

Modelos Ilustrativos.

São três tipos de temperaturas que devem ser consideradas no cálculo do IBUTG:

  • Tbn = Temperatura de Bulbo Úmido Natural – Mede a temperatura considerando a umidade do ar. É usado um bulbo úmido com água destilada para a sua medição.
  • Tg = Temperatura de Globo – Usada para medir o equilíbrio do ar com o calor radiante. É usado um globo escuro, com o termômetro inserido dentro do mesmo.
  • Tbs = Temperatura de Bulbo Seco – Usada para medir a temperatura sem considerar o calor radiante.

    Atualmente, existem medidores de sobrecarga térmica digitais que medem as três temperaturas e já calcula o IBUTG.

Tudo pronto para realização das avaliações, vale observar que no mesmo grupo de trabalhadores, pode ocorrer de haver exposições diferentes, para tanto oriento a tomar como referencia o colaborador com maior tempo de exposição, pois desta forma estaremos realizando uma amostragem com maior amplitude que retrate o cenário mais crítico. Outro detalhe importante é tomar conhecimento através do contratante se o momento em que a avaliação estará sendo realizada é de fato um dia típico de trabalho (dentro da média operacional da empresa), descartando os dias em que a empresa está com a produção abaixo da média operacional.

O termômetro deve ser montado com auxílio do tripé sempre na altura do tórax do colaborador, em seguida devemos avaliar o ciclo de trabalho, tomando como base 60 min., o que pode ser notado que parte do tempo o colaborador está exposto e outra em local de descanso (temperatura amena); desta forma avaliar o metabolismo do mesmo (ex. Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá – 440 Kcal/h)no local de trabalho e no local de descanso, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve (ex. De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços – 150 Kcal/h).

Observar a tabela 2 Limite de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores aclimatizados (NHO-06); e com base no calculo da taxa metabólica e nível máximo de IBUTG, caracterizamos a atividade insalubre ou não.

Sendo o calor considerado insalubridade de grau médio representando 20% do valor do salário mínimo da região.

Por Engº Leilson Martins Gomes

2 comentários em “Insalubridade por Exposição ao Calor”

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